segunda-feira, 30 de julho de 2007

My baby just cares for me

I hope so! I just care for him.

Dilúvio

[ilustração do weno]


Eu estava num ônibus, acompanhada de alguns amigos que na verdade não se conhecem, mas no sonho se conheciam. A Loli, minha prima, estava na poltrona ao meu lado. Também estavam no veículo a Ana e a Catarina – amigas do trabalho – as minhas irmãs Dani e Vivi, minha avó Liane, o Maranhão e o Claudião – amigos de Viçosa que eu não vejo há anos. Só me lembro desses, mas tenho a impressão de que todos os ocupantes daquele ônibus eram meus amigos.

A viagem corria tranqüila, quando começou a chover muito. O dilúvio se transformou numa enxurrada, que atingiu o ônibus e o empurrou numa velocidade de montanha-russa. Eu só conseguia me preocupar com as minhas malas no compartimento de bagagem. “Droga, minhas roupas devem estar todas manchadas”, pensei.

Acordei, tudo escuro. Olhei no relógio: 5h30. Voltei a dormir.

Eu, Loli, Ana, Catarina, Dani, Vivi, minha vó, Maranhão, Claudião e os outros amigos estamos numa pracinha de cidade do interior. Parece que choveu muito por ali – o coreto está alagado, as ruas de terra viraram lama e a grama faz chuin-chuin quando pisamos nela. O ônibus sumiu. Resolvemos tomar uma cerveja e comer chocolate Nestlé com pedaços de cacau enquanto esperamos ele reaparecer. Fim.

Esse sonho não faria sentido nenhum normalmente. Acontece que estão querendo me mandar numa viagem de trabalho de dois dias de imersão no mundo da chatice. Pra piorar, essa viagem está programada para segunda que vem. No domingo à noite o M, meu namorado, chega de volta no Rio, depois de três semanas de férias no Nordeste. Não vai dar pra matar a saudade em uma noite!

Acho que vou usar esse sonho premonitório como desculpa para não ir... Será que cola?

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Perfil do consumidor

[Manacá - Tarsila do Amaral]


Se fosse uma flor – manacá
Se fosse um brinquedo – boneca
Se fosse um mês – janeiro
Se fosse uma brincadeira – de médico
Se fosse uma nota musical – sol
Se fosse uma cor – vermelho
Se fosse um filme – Peixe Grande
Se fosse um feriado – ano-novo
Se fosse uma comida – moqueca
Se fosse uma bebida – chope
Se fosse um disco – Fashion Nugget (Cake)
Se fosse uma música – Rehab
Se fosse um dia da semana – sexta-feira!
Se fosse um periférico do PC – teclado
Se fosse um doce – chocolate
Se fosse um programa de TV – novela
Se fosse um canal de TV – Cartoon
Se fosse um cômodo da casa – varanda
Se fosse um instrumento – flauta
Se fosse um objeto – livro
Se fosse uma árvore – ipê amarelo
Se fosse uma fruta – morango
Se fosse uma paisagem – praia
Se fosse um bicho – onça
Se fosse um lugar – Búzios
Se fosse uma estação do ano – verão
Se fosse uma frase feita – “Não me lembro de ter ido pra cama. Mas quando acordei, estava lá” (Charles Bukowski)
Se fosse uma peça de roupa – vestido
Se fosse um elemento da natureza – fogo
Se fosse um aparelho eletrônico – som
Se fosse uma pessoa da sua família – eu
Se fosse um sentimento – paixão
Se fosse um perfume – Roger Gallet de gengibre
Se fosse um livro – História do rei transparente (Rosa Montero)
Se fosse uma parte do corpo – olhos
Se fosse uma pedra – rubi
Se fosse uma dúvida – que que eu faço agora?
Se fosse uma marca – Totem
Se fosse um jogo – War


Roubei do blog da Bia. Com o consentimento dela, é claro!

Proibido?


Com a confusão do Pan, caminhões estão proibidos de circular na Linha Amarela nos horários de maior movimento. Isso é o que dizem as placas e faixas ao longo da via. Entretanto, continuo vendo esses trambolhos lerdos toda vez que passo por lá. Hoje, um deles parou atrás de mim na fila do pedágio (que, aliás, continua sendo embolsado integralmente... podiam, pelo menos, cobrar meio pedágio, já que é pra passar na metade da pista!). Na minha vez de pagar, perguntei pro tiozinho da cabine:


- Moço, caminhões não estão proibidos de passar por aqui nesse horário?
- Estão sim. Até as 9h30.
- Tem um caminhão enorme bem atrás de mim. O senhor também está vendo ou estou tendo alucinações?
- É, tem sim. Tá se arriscando a tomar uma multa.
- Mas o senhor vai fazer o quê? Cobrar o pedágio dele e deixar ele passar?
- É, né? O que que eu posso fazer?
- Não deixar ele passar, ué! É só não abrir a cancela e ele vai ter de voltar.
- Mas eu não tenho poder de polícia pra multar...
- Então não deixa ele passar e chama a polícia!


E deixar de receber os pedágios mais caros? Dependendo do tamanho, um caminhão pode pagar até 21 reais de taxa. Rá! Até parece...

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Cafona

Outro dia, reclamaram da roupa que eu usei num evento com um ministro americano no trabalho. Me acharam "esculhambada". O engraçado é que eu tinha ido a uma reunião com cinco ministros africanos - há poucos meses e no mesmo lugar - usando a mesma saia e ninguém disse nada. Entendi! Tudo bem receber os africanos "esculhambada", mas o americano? De jeito nenhum!

Como sempre, contam o milagre sem dizer o nome do santo. Mas eu tenho sérias desconfianças de que a reclamação só pode ter vindo de uma das duas pessoas que descrevo a seguir:

1) Senhoura de cerca de 50 anos que se veste como a Barbie, com direito a bota rosa até o joelho e tudo (juro!). Já para os cabelos, adota um visual mais parecido com Luis XIV, o rei sol – ou Capitão Gancho, se preferirem, mas em tom cenoura.
2) Mulher na casa dos 30, acima do peso, cabelos artificialmente loiros e esticados até o limite. Não tem a menor noção do que cai bem com seu tipo físico. E tem bafo!

Eu mereço!

sábado, 21 de julho de 2007

Propaganda na cara-de-pau

A Catarina me convidou e eu não tive dúvidas: aceitei. Sempre rimos muito com as notícias bizarras ou mal escritas - ou as duas coisas - que vemos na mídia quase todos os dias. A Cata sugeriu montar um blogue para falar dessas pérolas do jornalismo e eu achei a idéia excelente. O espaço se chama Deu na imprensa. Dá lá uma olhada!

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Sereia

A minha sobrinha de oito anos foi junto, no dia de fazer o desenho e no dia de tatuar. No dia que o Reche ia fazer o desenho, chegamos lá e ele estava desenhando uma sereia. A minha sobrinha disse pra ele:
- Sabia que eu tenho nome de sereia?

Na sexta, quando chegamos no horário marcado, ele tinha pintado uma sereia em aquarela pra ela. Lindo mesmo, digno de pôr moldura e pendurar na parede. Atitude fofa da parte dele, recompensada com vários beijinhos de agradecimento.

Tatuagem

Deixei pra contar o melhor da viagem no final. Fiz uma tatuagem nova! Aproveitei minha ida a Brasília pra aplacar a crise de abstinência que me consumia. Há muito tempo eu não fazia nenhuma tatuagem – quem é adepto sabe: esse troço vicia! Além disso, eu já estava começando a ficar com medo da maldição das tatuagens em número par. Há uns dez anos eu circulava por aí ostentando oito tatuagens, o que, dizem, dá um azar danado. Não que eu me sentisse azarada antes, mas vai saber?

Na quarta-feira fomos ao estúdio pra ir adiantando o desenho. Expliquei pro Reche, que é quem faz os desenhos, mais ou menos o que eu queria. E ele acertou de primeira, já fez logo de cara exatamente o que eu estava imaginando. Desenho pronto, ansiedade a mil!

O horário com o Rogélio (o nome dele é assim mesmo, com “L”) – tatuador oficial das irmãs Melo Resende – já tinha sido marcado com bastante antecedência pela Vivi. Apesar disso, tomamos um dos tradicionais bolos com que o Rogélio insiste em nos brindar. A tattoo, que estava marcada pra quinta, acabou ficando pra sexta – então, a partir desse ano, todo dia 6 de julho será comemorado o aniversário da minha tatuagem caçula. É a mais novinha mas é, de longe, a maior de todas.

No dia mais esperado, tudo pronto: pelinhos raspados, desenho aplicado na pele, Rogélio de luvas e máscara. Hora de começar! Minha sobrinha (que acompanhou todo o processo) fez, no começo, uma cara aflita. E olha que quase nem saiu sangue! Como a tattoo é bem grande, dessa vez só deu pra fazer o contorno. Não doeu, mas já sei que, quando eu for pintar, a história vai ser bem diferente.

Já tenho uma ótima desculpa pra voltar em Brasília muito em breve.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Brasília


A ida a Brasília foi excelente, apesar de seu objetivo primordial – a operação – não ter sido realizado. Uma semana de férias (urrú!!!!!!) com atestado médico. Deu pra matar a saudade dos meus queridíssimos pais, da minha irmã amada, da sobrinha (Linda! Fofa! Cut-cut da titia!), do cunhadão, da Marli e sua maravilhosa comida (o feijão da Marli... gente, vocês não fazem idéia do que é o feijão da Marli!).

Também aproveitei pra ver os amigos fanfarrões lá da capital. Danizinha, Tubarão e Zé quase me mataram de rir no velho Beirute de guerra. Até churrasquinho no clube rolou. Terra boa essa, Brasília! Já tinha até me esquecido de como eu gosto de lá.

O caso da não-operação

Fui pra Brasília operar a miopia e... não operei! Um exame constatou que a córnea do meu olho direito não tem espessura suficiente. Tudo por causa de alguns micrômetros a menos. Um micrômetro é igual a 0,000001 metro, ou seja, um pentelhésimo. O dr. Vicente me explicou que, se eu fizesse a cirurgia, não daria para “zerar” a miopia. Portanto, eu passaria por todo o horror de assistir enquanto cortavam meu olho, tudo isso pra continuar com 2 graus no olho direito. Ou seja, de óculos.

Frustrante. Mas algumas soluções paliativas foram encontradas. Meu pai, penalizado com a minha situação, foi comigo numa ótica escolher óculos novos. A armação, chiquérrima, é Azzaro. Somando com as lentes superultramegaplus, que são finas e anti-reflexo, o preço dos óculos foi praticamente o mesmo que custaria a cirurgia. Mas sabe que eu estou até me achando bonitinha com os óculos?

Além disso, o dr. Vicente me deu a melhor notícia possível, dadas as circunstâncias (eu achando que teria que usar óculos para todo o sempre): existe um tipo de lente de contato que eu posso usar! São lentes rígidas, que não passam nem perto do conforto que eu tinha com as minhas gelatinosas. A sensação é parecida com a que eu imagino que teria se, subitamente, todos os cílios caíssem dentro dos olhos. Mas, se não tem outro jeito...

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Pânico, pandemônio, pantomima, pandorga, pandilha

[ilustração: Malvados]


Desde o começo da semana, tenho levado 1h30 pra percorrer o mesmo caminho em que antes demorava, no máximo, meia hora. É que a panaca aqui passa pela Linha Amarela pra ir trabalhar. E a Linha Amarela, que já fica engarrafada normalmente, agora tem uma faixa a menos. Desde segunda-feira uma das três faixas da avenida é dedicada exclusivamente à família panelinha. Pelo visto, vou ter que acordar duas horas mais cedo (como se eu fosse capaz dessa façanha...). E gastar, em quinze dias, o triplo da gasolina que costumo consumir em um mês. Francamente, família Pan é o cacete!

E o pior é que eles têm a cara de pau de continuar cobrando pedágio. São R$ 3,50 pra ir, mais R$ 3,50 pra voltar. Isso pra trafegar por uma rua onde você não consegue passar a segunda marcha. São uns pândegos, mesmo!

Quando começaram a falar do Pan-2007 no Rio, a idéia era construir metrô de superfície passando pela Linha Amarela. Obviamente, o projeto não saiu do papel. Arranjassem, então, helicópteros pra levar os atletas, técnicos, organizadores e agregados. Mas a política escolhida foi mesmo a do “Se fode aí, galera! Vocês, que não são nada do Pan, podem ralar o cu na ostra”.

Quer saber? Tô torcendo é pra desabar alguma coisa. Espero que seja o evento mais pangaré da história. Com muita pane e pancadaria. Uma verdadeira panfobia.Vai ser lindo de ver. Panem et circenses!