quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

A guerra do fim do mundo


Acabei de ler " A guerra do fim do mundo", do Mario Vargas Llosa, autor que eu amo e de quem recomendo todos os livros, até os que eu ainda não li (porque tenho certeza de que são bons também). Mas esse me marcou especialmente porque trata de um capítulo da história brasileira que foi esquecida e submersa (literalmente).

No fim do século 19, depois de proclamada a república, um bando de miseráveis, liderados por Antonio Conselheiro, fundou, em uma fazenda invadida, um arroio chamado Canudos. Só pretendiam fugir da miséria do sertão e viver em uma comunidade alternativa (lá, o sexo era livre!) , onde pudessem cultuar seus santos e fugir das agruras da seca. Resistiram a três ataques maciços do exército brasileiro antes de sucumbirem. Eram cabras da peste mesmo! Acabaram aniquilados no fim das contas.

Mas o que me deixa besta mesmo (e que o livro nem conta) é que, já no fim do século 20, o governo brasileiro construiu uma represa para uma usina hidrelétrica adivinha onde? Isso mesmo: bem em cima de Canudos! Enterraram, ou melhor, inundaram uma parte da nossa história que a gente mal conhece.

Sorte que um peruano a desenterrou pra contar pra gente!